quarta-feira, 13 de outubro de 2010

GEOGRAFIA CRÍTICA E ENSINO Vesentini (2002)

1)     De acordo com Vesentini (2002), explique por que a chamada “escolarização da sociedade” não foi um ponto favorável para a sociedade em geral.
R- A “escolarização da sociedade” de acordo com Vesentini (2002), nada mais foi do que a estruturação do sistema de ensino em função das necessidades de classe, essa estrutura de ensino se tornou mais notável a partir do desenvolvimento do capitalismo. Diante disso fica claro o favorecimento da escolarização para determinadas classes sociais e não como um sistema que favorecesse as necessidades coletivas, comunitárias.


2)     Comente como a Geografia foi inserida como disciplina escolar no ensino fundamental.
R- O ensino de Geografia passou a fazer parte do currículo oficial do ensino primário no País a partir promulgação da Lei Orgânica do Ensino Primário e a Lei Orgânica do Ensino Normal em 1946, conhecida como Reforma Capanema. Antes, os dados geográficos eram apresentados de forma descritiva, com a predominância do enciclopedismo e  descontextualizado. A Reforma Capanema foi, então, a responsável pela inclusão da Geografia nas classes do Ensino Fundamental elementar e complementar, de acordo com as propostas da Escola Nova o Ensino Primário tem a função de promover o desenvolvimento do aluno de forma geral, dessa forma, o ensino de Geografia passou a ser integrada as necessidades de assimilação e  conhecimentos úteis para a vida em sociedade.


3)     Explique com suas palavras o que Vesentini (2002) quer dizer com a “crise da Geografia” e suas causas.
De acordo com Vesentini a crise da geografia se dar pela insatisfação dos profissionais como geógrafos e professores que não estão satisfeito com sua disciplina em diversos ramos como: física, humana, regional e geral. Eles questionam sua finalidade diante das diversidades modernas. A crise da geografia também é enfatizada pelo fato do espaço mundial está sendo desconsiderado em beneficio da economia e política. A geografia atual passa por longa reestruturação na formulação de problemáticas que a Geografia Tradicional (e outras correntes) não se colocava. A crise epistemológica se insere num contexto de intensas modificações econômicas e sociais, seja nos países industrializados, seja nos países periféricos ao sistema mundial. 

4)     Justifique por que Vesentini (2002) não defende a idéia de se criar um modelo de ensino de Geografia.
Vesentini acredita que um modelo padrão de ensino da geografia destrói a criatividade, Ele defende a idéia de que a geografia se faz diferente de acordo com o problema enfrentado e o engajamento do sujeito do conhecimento em questão. Ele afirma que o ensino é cheio de novos desafios e que um modelo de ensino pronto só iria ignorar tais fatores que fossem surgindo. Ressalta ainda que o  ensino da geografia não se limita a ensinar fatos e sim levantar questões.

5)     Quais os motivos que levaram Resende (IN: VESENTINI, 2003) a desenvolver suas pesquisas com estudantes de 5ª a 8ª séries?
R- A pesquisa de Vesentini foi realizada com alunos de 5ª a 8ª série, em especial com alunos do curso noturno, trabalhadores braçais pertencentes a classe popular. Sua pesquisa tem como foco analisar a percepção de espaço geográfico que esses alunos/trabalhadores possuem, levando em consideração suas histórias de vida comum, seu espaço como integração da natureza, valorizando a exploração dos conhecimentos prévios.
  

6)     Resende (IN: VESENTINI, 2003) afirma em seu artigo que o conhecimento das histórias de vida gira em torno de eixos, dentre eles destaca-se: - o espaço como integração natureza/trabalho, - o espaço como produto da divisão social do trabalho; - o espaço urbano: luta pela moradia; e, por último, - o espaço político. Explique com suas palavras tais categorias.

R- No espaço integração natureza/trabalho; o trabalho manifesta uma atitude ativa do homem para com a natureza. Nesse processo de integração o homem espontaneamente inicia, regula e controla as relações materiais entre si próprio e a natureza. Do ponto de vista geográfico essa relação homem-natureza-trabalho resulta não só da mera informação com o espaço em que vive, mas de uma experiência em que o sujeito se apropria do saber.
No espaço como produto da divisão social do trabalho;  percebe-se  que esse trabalho é conseqüência da organização e modo de produção capitalista, dessa forma a natureza é percebida de forma dinâmica em relação dialética com o trabalho do homem. O espaço nunca é visto apenas do ponto de vista  geográfico e sim com funções  reservadas as relações sociais de produção.
O espaço urbano: luta pela moradia; no ambiente urbano o espaço natural é mantido como reservas ou parques de lazer. A forma de ocupação do espaço urbano apresenta características próprias que lhe dão identidade. O espaço urbano é o lugar onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas, em constante transformação e em processo ininterruptos de interações, isso se faz presente na construção da economia, que articula interesses de diferentes segmentos da sociedade.
O espaço político; a sociedade cria novas necessidades que impulsionam, tanto do ponto de vista material quanto do subjetivo a sua existência. À medida em que o aluno trabalhador rural se engaja na vida produtiva urbana, procura adapta-se a nova realidade de espaço político, assim o  espaço político ganha novos espaços e modelos de ações.

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